Eu sou mau, eu sou mau
E tenho um ginete pior que um lacrau
Atribuído a Manuel Fernandes, título desconhecido
O meu pai canta no banho. Pensarão vocês, que bom, que boa disposição que o rapaz tem.
A verdade é que devia ser ilegal alguém acordar com tão bom humor. As pessoas normais atiram-se ao tecto quando expostas a tão bom humor logo pela manhã.
Outro problema é o timbre. O meu pai não tem a voz da Adele, vamos dizer já de abertura. E ouvir uma cana rachada logo pela manhã, sobretudo ao fim-de-semana, quando ainda estamos no choco, desperta os mais profundos sentimentos assassinos na pessoa média. Perguntam-se os incautos o motivo da vossa escriba acordar cedo mesmo ao fim-de-semana? É porque se durmo muito, acordo com uma serenata de gatos esganados e a pensar em genocídio.
E por fim, as canções escolhidas. Trata-se geralmente de algo retirado do repertório dos anos 50, 60 e 70 e com as letras o mais cretinas possível. Como a entidade paternal geralmente não sabe a letra toda, limita-se a repetir o refrão durante os dez minutos que demora o duche.
O exemplo de ontem era este. Tenho outros e vou começar a pô-los também aqui.
Porquê? Talvez para vocês contribuirem para a vaquinha de "Paguem umas aulas de canto e cultura musical ao Zé".
Ou porque tem piada. Escolham a que preferem.
8 comentários:
Porque tem piada! :)
Aqui tem piada, na altura em que estás a ouvi-lo, nem por isso ;)
O teu pai e a minha mãe faziam um bom par de jarras logo pela manhã. A minha não canta, mas um dia, do nada e à mesa, lembrou-se de pegar na prega debaixo do queixo como se fosse um saco de foles e pôs-se a cacarejar como um galo. Pensámos que tinha enlouquecido, mas não. Deu-lhe. Também é giro.
A senhora acorda cheia de energia e fala que se desunha. Eu nem o meu nome sou capaz de dizer, na primeira meia hora.
Xiii, o meu também faz às vezes coisas dessas. E à frente de quem estiver.
Eu só funciono normalmente depois do duche, antes pode-se correr perigo de vida só de me dirigir palavra.
O Gajo cá de casa não só tem "ataques de cantoria" como acha que sabe assobiar...
Já lhe disse que qualquer das "artes" são consideradas violência doméstica!
O nosso rouxinol também gosta de assobiar, às vezes, canta e assobia na mesma melodia.
Sim, bem observado, é violência doméstica.
Lá em casa ninguém canta no banho, mas quando vivia em casa dos meus pais, a minha mãe cantava (e canta) a toda a hora ...inventa letras para melodias conhecidas. É de partir o coco a rir.
O meu também faz adaptações engraçadas, envolvendo geralmente o nome da minha mãe. A senhora não fica nada satisfeita.
Mas diz-se que quem canta, seus males espanta. Se assim for, não há mal que pegue lá em casa, espantou-se todo.
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