Cá vão sugestões de leitura sobre a guerra da Jugoslávia.
A primeira já a citei aqui. Trata-se do livro cuja imagem indico e que explica muito bem as causas da guerra na Jugoslávia e menos bem as consequências, uma vez que a última actualização data de 1996 e muito se passou depois disso. O Misha Glenny foi jornalista da BBC, fonte que considero mais isenta que a maioria, e é das maiores autoridades sobre o assunto.
O outro livro chama-se “Território Comanche”. Arturo Pérez-Reverte, além de escritor de ficção, foi jornalista e enviado de guerra na antiga Jugoslávia. O livro apoia-se mais nas anedotas e vicissitudes dos jornalistas em guerras em geral, mas a acção passa-se na Bósnia, enquanto dois jornalistas aguardam para filmar a destruição da ponte de Bijelo Polje.
A primeira já a citei aqui. Trata-se do livro cuja imagem indico e que explica muito bem as causas da guerra na Jugoslávia e menos bem as consequências, uma vez que a última actualização data de 1996 e muito se passou depois disso. O Misha Glenny foi jornalista da BBC, fonte que considero mais isenta que a maioria, e é das maiores autoridades sobre o assunto.
O outro livro chama-se “Território Comanche”. Arturo Pérez-Reverte, além de escritor de ficção, foi jornalista e enviado de guerra na antiga Jugoslávia. O livro apoia-se mais nas anedotas e vicissitudes dos jornalistas em guerras em geral, mas a acção passa-se na Bósnia, enquanto dois jornalistas aguardam para filmar a destruição da ponte de Bijelo Polje.
Curiosamente o livro fez-me rir por causa das anedotas de guerra, algumas são mesmo do arco da velha. A ver se posto uma dessas aqui.
Entretanto, acho mais educativo postar um excerto, explicando as razões da guerra:
Entretanto, acho mais educativo postar um excerto, explicando as razões da guerra:
“Quanto aos Balcãs, explicara Barlés à futura concorrência (…), sempre foram zona de fronteira. Aqui se situou a linha de confrontação entre os impérios austro-húngaro e turco, e as populações de ambos os lados foram, durante séculos, verdugos e vítimas nas diversas tragédias que a História ofereceu. (…) Eram guerras à maneira clássica: represálias, povoações passadas a fio de espada, mulheres violadas, searas em chamas. Feridas que ainda sangram. Ao fim e ao cabo, há apenas cem anos Sarajevo ainda era turca. (…) Os bisavós dos que agora combatem esfaqueavam-se já em nome da Sublime Porta ou da Viena Imperial. A questão sérvia ateou a Primeira Guerra Mundial e, durante a Segunda, as atrocidades de Ustachis croatas, por um lado, e de Chetnicks sérvios, por outro, deixaram bem fresca uma tradição de agravos e sangue. (…) Por isso, os Balcãs entraram a escorrer sangue no século XX e entrarão da mesma maneira no século XXI, por muitas patranhas que nos conte o ministro Solana. O nacionalismo sérvio, todos esses intelectuais que agora pretendem lavar as mãos depois de parir criminosos como Milosevic e Karadzic, manipulou esses fantasmas para fazer frente aos que não queriam a guerra. E o chamado Ocidente, ou seja, vocês e eu, permitimos que assim fosse. Os métodos mais sujos foram postos em prática, perante a passividade cúmplice de uma Europa incapaz de dar um murro na mesa a tempo e travar a barbárie. Esta diplomacia europeia sem pudor e sem coragem, gratificando a agressão sérvia com a impunidade, acordando tarde demais, fez que primeiro croatas e depois muçulmanos bósnios embarcassem na limpeza étnica e na degolação. Já que a canalhice é rentável, disseram para consigo: sejamos canalhas em vez de vítimas a caminho do matadouro. Depois, a miserável condição humana disparou sozinha e fez o resto do trabalho, e assim vão as coisas. Acabo de resumir-vos o que se passa na Bósnia.”
4 comentários:
Agora fico á espera que me empreste o livro como me prometeu... :-)
Quando quiseres.
Quando chegares a Portugal, avisa.
Meu caro Migvic, ainda hei-de falar muito deste assunto. Se não te interessa, saltas esses posts.
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