quarta-feira, julho 01, 2009

Análise comparativa de cemitérios judeus



Eis o post com potencialidades para arrepiar alguns visitantes. Mas tem interesse histórico, por isso, vamos a isso.
Antes da Segunda Guerra Mundial, a Polónia tinha a maior comunidade judaica da Europa. Logo, as principais cidades tinham bairros judeus bastante desenvolvidos, com respectivos edifícios.
A ocupação nazi encarregou-se de fazer eliminar vestígios, mas alguns sobrevivem. É o caso deste cemitério de Varsóvia, que alberga alguns famosos, como o inventor do Esperanto.
Este cemitério ainda está em utilização.






Cracóvia também tinha, antes da Segunda Guerra Mundial, uma florescente comunidade judaica. Aqui temos mais vestígios ainda activos. Kazimierz, o bairro judeu, tem inúmeros restaurantes em funcionamento, bem como o maior número de sinagogas por metro quadrado.
Tem dois cemitérios, dos quais apenas visitámos o que tinha interesse histórico.
Os judeus rezam junto às campas, tal como os Católicos, mas em vez de flores, deixam pedras a simbolizar pensamentos pelo falecido.


E para fins comparativos, aqui fica o cemitério judeu de Praga, o mais antigo dos três.
Continua a ser o meu preferido porque está mais cuidado, exsuda mais história e tem o criador do Golem, ou não fosse eu grande fã da literatura fantástica.

8 comentários:

Gi disse...

És Pedra e sobre ti edificarei a minha Igreja ... tem muito de Judaica esta frase proferida por Jesus. ;)

Precious disse...

Mas curiosamente, Gi, consta que os judeus não acham lá muita piada ao JC, ao contrário dos muçulmanos, que apesar se não o considerarem filho de Deus, o consideram profeta.
Até consta que para os judeus, o JC não foi crucificado, mas enforcado junto a um campo de couves.

Maria Felgueiras disse...

Muito interessante. Nunca visitei um cemitério judeu. Até mesmo os católicos me passam ao lado! :D

Verdade, que não se fale de JC a um judeu!

Precious disse...

Pois, eu vou ver os que o guia recomenda, se qual for a religião. E não me tenho arrependido, pois alguns são muitos belos (e nestes se inclui o nosso Alto de João João).

E a Velvetsatine confirma, JC não está no top ten dos judeus, que não o consideravam divino. Está mal, acho que o JC era uma jóia de moço e não merecia (isto sou eu a preparar-me para a publicação dos insólitos religiosos da semana que vem).

Anónimo disse...

De todos, também o de Praga é o meu preferido, pelos motivos que referiste. E gosto sobretudo do aglomerado de campas, que lhe dão um ar trágico.

Precious disse...

Acho que a antiguidade do de Praga lhe dá um encanto especial. Deve ser essa a explicação, Noiva.

Papoila disse...

Gosto do cemitério 1 e 3. Gosto do de Varsóvia, se bem que não sei se encontrava a campa. Era bom para a personagem de «Todos os nomes» do romance do Saramago.
Os mausoléus arrepiam-me.
Gosto muito do "jardim de pedra". Acho que os cemitérios devem ser assim: simples e vazios. Devem ser espaço para rezar e não para olhar em volta e ver que tem a campa mais trabalhada.
Adorei a ideia da pedra. Já me tinha perguntado de que forma especial podia homenagear quem visito no cemitério. Vou adoptar.
Cheira-me é que a campa vai desaparecer num instante, quando a máquina de cortar relva se estragar por aquela bandas...

Precious disse...

Somos optimistas, eu acho que não há corta-relva por aquelas bandas.
Eu gosto de cemitérios ornamentados, góticos, cheios de pormenores, porque os vejo como local de arte e cultura (os que têm gabarito para isso).
Ajudará explicar que quero ser cremada quando esticar o pernil porque o ritual de ir ao cemitério visitar o morto é uma coisa que me encanita. Não acho saudável e devemos homenagear as pessoas que foram importantes na nossa vida no dia-a-dia pela forma como vivemos.