quarta-feira, fevereiro 21, 2007

Das coelhinhas e outros delírios paternais...


Aqui vem mais um post com título enganador.
Há coisas que só me acontecem a mim...
O meu pai foi à terra, visitar a família e participar na matança do porco (ou melhor, participar na comezaina que se segue à matança, porque ele é um gajo pacifista, assim como eu).
Havia uma quermesse na igreja e saiu-lhe uma coelha de peluche. O meu pai, confrontado com a escolha do destino a dar ao peluche, deve ter começado a pensar: “Bem, a quem o vou dar, sim, porque a mim não me faz falta uma coelha de peluche. Dou-a um dos meus milhentos sobrinhos e sobrinhos netos? Ah, já sei, vou dá-la a quem ela realmente faz falta, à minha filha de 30 anos”. E lá veio ele todo contentinho com a coelha debaixo do braço.
Sabem aquelas alturas em que têm a vaga impressão que os vossos pais ainda acham que são crianças? Pois, eu tenho muitos momentos desses com o meu pai. Sim, a coelha segue-se a uma lista extensa de prendas incompreensíveis, tipo um carro vermelho há seis meses. Não, não era um Volkswagen vermelho tamanho adulto, era mesmo um carrinho de brinquedo. E ele comprou-o de propósito. Tenho a certeza que o Freud teria uma explicação qualquer para isto, mas não sei se ia gostar de saber qual era...
Não há santo que convença o papi que a sua menina não é assim tão pequenina. Tal como quando eu era pequenina, não havia santo que o convencesse que eu era uma menina e não um menino. Daí a sucessão de bolas, carros e patins que recebia de presente. Uma pessoa fica baralhada, não é?
E pronto, tenho uma coelha particularmente feiosa e pirosa na minha colecção, para brincar quando quiser. Yupy!
Posso trocá-la por um livro? ;)

13 comentários:

Anónimo disse...

Ah, eu também tenho um coelho branco (de peluche) de tamanho considerável... mas isto prende-se com aquela minha pancada pela "Alice no País das Maravilhas"... O dito coelho também foi oferecido mas dentro de outro contexto... :-)

Já agora, porque é que as pessoas insistem em oferecer-me palhaços quando eu tenho pavor a essas criaturas??? Vá, Sigmund, explica!!!

Precious disse...

Isso de oferecer palhaços entra em duas categorias: coisas que não lembram ao careca e gente que não tem a mínima noção do que está a fazer.
Quanto a explicações, se fosse nos EUA, alguém diria que foste atacada por um palhaço. Será isso?

Anónimo disse...

Pois os pais são mesmo assim! Eu em relação ao meu pai não noto muito isso, mas a minha mãe trata-me muitas vezes como uma criança de 10 anos. Felizmente não me oferece peluches! :-D

Precious disse...

Não me digas, Kitty, que pertences à tenebrosa tirbo dos filhos únicos como eu. É que eu acho que esse facto explica muita coisa.

Anónimo disse...

Antes de mais deixa-me dizer que o teu Pai não podia ter escolhido melhor forma para comemorar o "Ano do Porco"! :-D
Isso dos pais tratarem os filhos como se continuassem a ser crianças é um síndrome que espero que não seja genético. :-D

lovely disse...

Quando era pequenina (em idade, que o tamanho mantêm-se) o mau pai gostava muito de me oferecer peluches e bonecas de pano, mas o que eu gostava mesmo era de Barbies e os seu inúmeros acessórios. O mal é que como eram caras, quando as ofereciam só podia brincar com elas de vez em quando e ainda por cima nem podia pintar-lhes o cabelo. Desiludido com o meu desânimo perante os peluches, o meu pai deixou de me dar prendas, mas dá-me algo muito melhor... dinheiro, para eu comprar os presentinhos ao meu gosto. Ahahah

Rute Martins disse...

Foi um gesto mt querido ... as coisas são feitas de simbolismos... e isso foi um gesto simbólico para mostrar o q sente por ti.... foi bonito pá!!!

Precious disse...

Rebel, acho que é mesmo síndrome de pai-galinhice. É engraçado mas começa a chatear.

Lovely, os meus pais começaram a optar por isso, mas passou a dar-se um fenómeno interessante. Eu guardo o dinheiro, em vez de o gastar em qualquer coisa. Sim, sou mesmo incrivelmente forreta.

PN, ele que demonstre que gosta de mim com coisas de que eu goste e que sejam apropriadas para a minha idade. Coelhos de peluche, não, ok?

Muse disse...

Epá... tá mal... que ingratidão!!! ;p

Vem o senhor cheio de alegria dar-te uma coisa que ele ganhou, uma prenda para a minha linda filha e depois é isto?

Graças a Deus que ele não deve ler este blog, já viste como ficaria triste?

Já tás com um peso na consciência???

Não???

É que devias!!!!

;p

Anónimo disse...

Eu acho que na quermesse sai-lhe uma bola de futebol...e o teu pai andou por lá, até conseguir trocar por um peluche,
para te dar...

Precious disse...

Eu queria ver, Muse, se o teu pai te desse um carrinho de brinquedo. Será que ficarias muito grato ou ligeiramente confundido por a prenda não correpsonder à idade?

Estás enganado, Migvic. Se tivesse saído a bola, era a bola que recebia. Até porque o Papá sempre quis um menino.

deKruella disse...

E pelos visto lá foi um comentário po galheiro! E eu já não tenho o mesmo "black humor" que tinha no outro dia que o escrevi!
Já não se pode ter maldade que até a internet nos bloqueia os coments! Enfim...fica para outra oportunidade!
(mas só para ficares com uma ideia básica, eu dizia que não era o teu pai que te via como uma criança era ele que nunca tinha crescido, ou seja, a criança era ele...daí oferecer-te o que ele mais queria para ele: o carritos e tal! O coelho foi apenas porque lhe saiu na rifa e ele tinha que o dar a alguém! Tiveste sorte que por ele se jugar adulto não fez birra na quermesse para lhe trocarem o coelho por um carrito. Senão levavas com mais um pópó)- foi só um resumé de um texto grande que tinha feito! espero que este siga ;)

Precious disse...

Ai, blogger, única razão do nosso descontentamento...
É um facto que o meu pai não teve praticamente infância, uma vez que começou a trabalhar aos dez anos.
Mas a explicação dos carros é que ele queria um pilinhas e acabou por ter uma chavaleca.
Acabou por descobrir que as meninas são muito versáteis. Se são maria rapazes, as meninas podem vestir-se e brincar como os meninos. Acho que, em certa parte, foi um alívio para ele. ;)